EXPOSIÇÃO ATUAL
18/06/2015 - 01/08/2015
CAGE

A instalação de Vicente de Mello é uma clara homenagem ao compositor norte americano John Cage (1912-1992) e sua experiência com sons não musicais.

Assim como Cage procurou o parâmetro da duração do som, como uma nova base para sua estrutura musical, Vicente de Mello, desde as instalações Orquestra de Trombones (MAC Niterói em 2010) e Pli selon pli (MAM-SP, Projeto Parede 2010), vem definir em linhas simples uma estrutura visual que materialize a imagem dos sons e da música.

Definindo sua experiência na câmera anecoica* como silencio ruidoso, Cage encontrou a raiz para a criação de sua obra 4’33’’ (1952), aonde nenhum instrumento é tocado, mas o publico fica envolto no presença dos sons ao redor, em uma ausência presente.

Forrados com lambe-lambe (silk) em toda a sua dimensão, com a imagem Átomo jacaré da série Sete dias, as paredes da galeria recriam a ilusão de uma câmara anecoica, como um espaço de percepção e ilusão, resultante da imagem replicada que envolve o visitante.

Suspensas no pilar central do espaço, as fotografias, A gigante Pollux, série Galáctica e Vesúvio 79 dC, série D’après, são o eco do vazio, do espaço e do tempo suspenso. Eco este em que há sempre algo a se ouvir, o som da dimensão infinita e da pulsação, que provam que o homem não pode experimentar seu próprio silencio, enquanto viver.

* ambientes forrados com espuma, utilizados para pesquisa sonora.