GALERIA ARTISTAS
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DAISY XAVIER - MAM RJ
03.12.11 a 05.02.12
Exposição Último Azul

Último Azul | Daisy Xavier

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugura sábado, dia 03 de dezembro, às 16 horas, a exposição individual de Daisy Xavier. Com a curadoria de Paulo Sergio Duarte, Esculturas reúne 15 obras inéditas, que juntas formam uma grande instalação, e nove pranchas com os primeiros estudos para esse projeto.

Em 25 de janeiro de 2012, uma mesa redonda com a presença da artista e dos críticos Paulo Sergio Duarte e Luiz Camillo Osório (curador do MAM-Rio), discute a exposição e marca o lançamento do livro dedicado ao estudo da produção da artista.

Em pouco mais de três décadas de trabalho artístico, a produção de Daisy Xavier sempre se interessou em investigar, seja nas fotografias, nas instalações, nos vídeos ou nas pinturas, a qualidade de estados entre o sólido e o líquido, entre os cheios e os vazios, dos corpos em transição, das formas mutantes que os corpos podem assumir ou simular. A possibilidade de dissolver limites ou de mostrar o quanto eles podem ser maleáveis é o norte da pesquisa da artista ao longo dos anos. “Reconheço que ao longo do meu trabalho venho tentando responder a uma única questão: o que é um limite? O contorno definido dos nossos corpos, a demarcação precisa do tempo e as verdades estabelecidas são coisas que não compreendo e me desafiam. Gosto de pensar que tudo pode ser diferente do que é. Me divirto e me exercito desorganizando minhas certezas. No meu trabalho de arte fico buscando isso: mostrar um corpo com uma nova anatomia, um espaço com escalas inusitadas, criar um tempo invertido que vá do futuro para o passado e vice-versa”, explica a artista.

Hoje, Daisy Xavier dá seguimento à essa pesquisa sobre simulação ou dissimulação dos corpos, mas se antes suas obras tinham como ponto de partida corpos humanos, agora são objetos que agrupados assumem uma escala antropomórfica. As 15 esculturas que compõem a instalação que será apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro são agrupamentos de partes de peças de mobiliário, como mesas, cadeiras, gavetas e pequenos armários, e utensílios de vidro, como garrafas, pratos, copos e taças; além de restos de azulejos. Equilibradas verticalmente, essas esculturas são totens, simulando e recriando corpos instáveis que nos aproximam de algo que pode desmoronar a qualquer momento. Segundo a artista, “circular entre eles exige cautela e delicadeza”. A precariedade do equilíbrio tenciona o espectador e o mantém alerta diante de uma situação de perigo iminente. A ondulação e elevação das peças se sustentam sem nenhuma garantia. Elas se equilibram no limite da estabilidade necessária.

Há nessas peças uma passagem entre a intimidade trazida por esses móveis - que se referem a uma história particular - e a transformação deles em volumes desequilibrados capazes de evocar a imprevisibilidade dos acontecimentos. Os vidros azuis estão dispostos entre os móveis como dobradiças, encaixes ou suportes que, ambiguamente, sustentam o equilíbrio e fragilizam ainda mais a estrutura da montagem. O azul da água, elemento e cor freqüente em trabalhos anteriores da artista, aparece agora como uma fluidez encapsulada. A materialidade do vidro suporta o peso dos móveis e se interpõe entre eles quando falta algum apoio, mas também, por ser vidro, pode se quebrar a qualquer momento. Essa materialidade azul potencializa a fragilidade e a instabilidade das peças.

Mesa-Redonda

No dia 25 de janeiro de 2012, às 17 horas, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro reúne os críticos Paulo Sergio Duarte, Luiz Camillo Osório e a artista em uma mesa redonda aberta ao público. O evento marca o lançamento do livro sobre a obra da artista com textos inéditos escritos por Paulo Sérgio Duarte e Luiza Duarte.

Sobre a Artista

Daisy Xavier (Rio de Janeiro, 1952) Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em psicologia e psicanálise, pelo Colégio Freudiano do Rio de Janeiro. Daisy Xavier começou sua formação artística nos anos 1980 através dos seminários de MD Magno _ “ Arte e Psicanáliise”, “Velut Luna”, “Revirão”, entre outros, e com os cursos “Desenho, composição e crítica” com Walter Marques (1980) e “Crítica de desenho e pintura com Paulo Garcez (1988). Teve aulas de pintura com Milton Machado (1990) e João Magalhães (1993), e História da Arte com Paulo Sergio Duarte (2000).

Suas obras buscam investigar questões ligadas às identidades e as alteridades. Seja pela desconstrução ou pela recriação de formas e conceitos estabelecidos, a artista cria imagens de forte carga poética onde o corpo deixa de ser meramente físico e passa a representar zonas permeáveis. Elementos como a rede e a água são recorrentes nos trabalhos da artista - sejam vídeos, fotos, instalações, pinturas ou desenhos. Ambos elementos não deixam definir o que se encontra dentro ou fora, criando campos intercambiáveis, de constante mutação.

Entre suas principais exposições individuais estão Para medir um mar na Galeria Eduardo Fernandes (São Paulo, 2011); Topologia do Encontro na Galeria Florência Loewenthal (Santiago, Chile, 2010); CasaCorpo na Laura Marsiaj Arte Contemporânea (Rio de Janeiro, 2007), Nadando no Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2007) e no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2006), e Mesuras nas Cavalariças do Parque Lage (Rio de Janeiro, 2005).

Nos últimos 31 anos, participou de coletivas no Brasil e no exterior, como Corpo Estranho na LOKAL 30 (Varsóvia –Polônia, 2009), Multiplos na Galeria Manoel Macedo (Belo Horizonte, MG, 2008), Travessias Cariocas – A Negação na Caixa Cultural (Rio de Janeiro, 2008), ARCO 2008 em Madri (Espanha, 2008) (Espanha, 2008) e  no Centro Cultural Maria Antonia (São Paulo, 2007).

 

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